Perfeccionismo

Fomos ensinados desde sempre a buscar pelo melhor, mas quando essa busca se torna infindável, é preciso prestar atenção ao que está nos levando para este caminho. Pode ser que, a princípio, a justificativa seja o sucesso, mas são grandes as chances dessa ser somente uma desculpa que encontramos para outra realidade mais difícil de aceitar.

O perfeccionista acredita que para ser aceito pelos outros precisa sempre ir em busca do melhor e inconscientemente faz isso para se proteger das críticas, do julgamento, da rejeição e da vergonha.

Essa é uma atitude que chega a ser autodestrutiva e inatingível, simplesmente porque não existe a perfeição.

Brené Brown, em seu livro A Coragem de ser Imperfeito, complementa: “A maior parte dos perfeccionistas cresce sendo louvada por suas conquistas e seu bom desempenho (notas, boas maneiras, regras cumpridas, trato com as pessoas, aparência, esportes). Em algum ponto do caminho eles adotaram esse sistema de crença perigoso e debilitante: ‘Eu sou o que eu realizo e quão bem o realizo.’ O empenho saudável é focado em si mesmo: ‘Como posso melhorar?’ Mas o perfeccionismo é focado nos outros: ‘O que eles vão pensar?’.”

Esse tipo de comportamento pode causar sintomas como ansiedade e depressão, pois há sempre um medo de falhar e não corresponder às expectativas alheias. Além disso, a grande insegurança que sentem aumentam seu sofrimento, podendo acarretar crises de ansiedade e fadiga excessiva.

Segundo um estudo da Universidade de Brock, Ontário, que analisou a relação entre o perfeccionismo e a saúde física de quase 500 participantes entre 24 e 35 anos, concluiu que os perfeccionistas sofrem mais de falta de sono, dor e cansaço do que os que não são.

A terapia é uma excelente ferramenta para auxiliar pessoas que sofrem com o problema. Com o apoio profissional adequado, é possível trabalhar os padrões e crenças que causaram esse tipo de comportamento, ajudando o paciente a olhar de maneira menos crítica para suas imperfeições e melhorando sua qualidade de vida.