Constelação familiar: Ideias e princípios
Cada um de nós, seres humanos, somos a combinação de todo o nosso sistema familiar: pais, avós, bisavós, e até ancestrais que nem chegamos a conhecer.
Herdamos não só as características físicas, mas também crenças, traumas, doenças e padrões de comportamentos que foram sendo passadas de geração em geração.
Baseado nessa concepção da nossa linhagem, o alemão Bert Hellinger criou um trabalho sistêmico chamado Constelação Familiar que busca nos sistemas familiares a origem de bloqueios e padrões de comportamentos que nos prejudicam de alguma forma ao longo da vida.
“Quando alguém decide curar-se ele se transforma em uma obra de amor e compaixão, já que não se torna saudável somente a si próprio, mas também a toda a sua linhagem” (Bert Hellinger).
Nesse trabalho, há 3 princípios, ou leis, encontrados em todas as relações:
A lei do Pertencimento fala que todos os membros do sistema têm o direito de pertencer, independente de suas ações. É um vínculo que vai além da moral ou do merecimento.
“Uma pessoa está em paz quando todas as pessoas que pertencem à sua família em lugar no seu coração” (Bert Hellinger).
Se há uma exclusão na família, por qualquer que seja o motivo, sempre vai haver uma compensação nas gerações seguintes, de forma que algum dos membros irá se identificar e repetir os passos do membro excluído inconscientemente.
“Essa sensação de estar completo nasce em mim quando alguém que pertence ao meu sistema ganha seu lugar em meu coração. É isso que realmente significa “estar completo”. Só a partir dessa plenitude que você está livre para se desenvolver” (Bert Hellinger).
A lei da Ordem diz que em todo sistema existe uma hierarquia que deve ser respeitada, ou seja, quem faz parte do sistema há mais tempo (pais, avós e bisavós) estão acima dos que vieram depois (filhos, netos e bisnetos).
“Se olharmos para nossa família, para os ancestrais vindos de nosso pai e mãe, vemos que por trás de cada um está o seu destino de forma imponente” (Bert Hellinger).
Além disso, Hellinger enfatiza a necessidade de olhar além dos pais e enxergá-los também como seres humanos, com defeitos e virtudes. É essencial para nossa existência que eles também tenham falhas.
“Se os pais fossem perfeitos, se a mãe fosse a ideal, não seríamos capazes de viver, não teríamos a força para viver. Somos capazes de viver porque os nossos pais têm falhas” (Bert Hellinger).
Antes de serem pais, eles também foram filhos e assumiram crenças, padrões, bloqueios e comportamentos durante suas vidas, baseados na criação que tiveram e no meio em que estavam inseridos.
“Somente quando nós também gostarmos de nossos pais como eles são é que gostaremos de nós e dos outros” (Bert Hellinger).
A lei do Equilíbrio fala sobre as trocas, sobre o contínuo dar e receber que mantém os relacionamentos saudáveis. Ele está presente em todos os sistemas, de forma consciente e inconsciente e, algumas vezes, pode ser até negativo.
“Isso de amar sem esperar nada em troca, é bonito nos contos de fadas. Mas na vida real, um amor maduro exige um delicado equilíbrio entre dar e receber, pois tudo aquilo que não é mútuo, é tóxico” (Bert Hellinger).
A Constelação pode ajudar a resolver diversos tipos de problemas, como traumas, questões relacionadas ao dinheiro ou trabalho, desequilíbrios emocionais, problemas de saúde, lutos, dificuldades nos relacionamentos, questões pessoais entre outros.
Ela pode ser trabalhada individualmente ou em grupo, sempre com um facilitador que irá mediar o campo.
“A paz começa onde cada um de nós pode ser da forma que é” (Bert Hellinger).